Monday, December 10, 2012

Hoje.

Trabalha, Bárbara. Hoje é o teu dia. Luta, Bárbara. Hoje é o teu dia.
Hoje é o teu dia, Bárbara...
Os teus longos cabelos esvoaçam ao vento. O sol está sob o teu controlo. A natureza, hoje, pertence-te. Hoje, o mundo é teu.
Eu, inclusive, sou teu. Apenas hoje, pertenço-te. Tocas-me com o vento, bruscamente. Nunca foste meiga. Nunca fui teu. Excepto hoje. Hoje sou teu.
Força, Bárbara. Hoje é o teu dia!

Hoje, desvaneço. Hoje, morro. Hoje, não sou ninguém. Não trabalho. Não luto.
Não te toco. Amanhã não estarei cá. Sê meu, apenas hoje. Serei meiga.
Não me abandones, Daniel. Hoje não. Sente comigo a natureza, a fragilidade do vento.

A morte é superior a ti, a mim, e à própria natureza. A morte levou-nos... Hoje? Amanhã? Um dia. Levou-nos, como se nos embalasse para dormir: suavemente. Fechamos os olhos, mergulhamos na escuridão, e adormecemos.

Sunday, December 2, 2012

Nomes.

Quem és tu, Magdalena?
Quem sou eu, Judith?
O que sou eu, Magdalena?
O que és tu, Judith?

Que fazes, Cassandra?
Que faço, Lori?
Quem és, Cassandra?
Quem sou, Lori?

Magdalena, aprende com Lori.
Cassandra, não odeies Judith.
Lori, voa com Cassandra.
Judith, canta com Magdalena.

Magdalena...
Judith...
Cassandra...
Lori...
Respiras?
Sozinha ou acompanhada?
Magdalena...
Judith...
Cassandra...
Lori...
Respiro?
Ao vosso lado?

Magdalena,
Não existes.
Judith,
És pó.
Cassandra,
Morres.
Lori,
Estás só.

Nomes, são vocês. Letras. Palavras sem significado.
Eu, sou ar. Vento. Vida vazia.

Adeus, Magdalena.
Adeus, Judith.
Adeus, Cassandra.
Adeus, Lori.
Despeço-me de mim mesma.