Monday, December 10, 2012

Hoje.

Trabalha, Bárbara. Hoje é o teu dia. Luta, Bárbara. Hoje é o teu dia.
Hoje é o teu dia, Bárbara...
Os teus longos cabelos esvoaçam ao vento. O sol está sob o teu controlo. A natureza, hoje, pertence-te. Hoje, o mundo é teu.
Eu, inclusive, sou teu. Apenas hoje, pertenço-te. Tocas-me com o vento, bruscamente. Nunca foste meiga. Nunca fui teu. Excepto hoje. Hoje sou teu.
Força, Bárbara. Hoje é o teu dia!

Hoje, desvaneço. Hoje, morro. Hoje, não sou ninguém. Não trabalho. Não luto.
Não te toco. Amanhã não estarei cá. Sê meu, apenas hoje. Serei meiga.
Não me abandones, Daniel. Hoje não. Sente comigo a natureza, a fragilidade do vento.

A morte é superior a ti, a mim, e à própria natureza. A morte levou-nos... Hoje? Amanhã? Um dia. Levou-nos, como se nos embalasse para dormir: suavemente. Fechamos os olhos, mergulhamos na escuridão, e adormecemos.

No comments:

Post a Comment